Quando o Jogo Perde a Alegria

Eu costumava acreditar que vencer era o ponto. Trabalhei anos como analista comportamental em plataformas digitais, onde jogadores perseguem recompensas como constelações — cada giro, um lampejo efêmero de dopamina, cada vitória, uma estrela fugaz no céu vazio. Minha mãe, enfermeira da Jamaica, dizia: ‘Não joga para vencer. Joga para lembrar quem você é.’ Ela não acreditava em algoritmos. Acreditava na respiração. Agora sento sozinho no meu apartamento perto de Shoreditch, ouvindo o silêncio da meia-noite após rolar mais uma rodada. Os jogos não param porque estão quebrados. Param porque esquecemos por que começamos.