Quando o Jogo Perde a Alegria

Costumava pensar que o jogo era arte. Na UCL, estudei motivação comportamental — não como estatístico, mas como alguém que ouvia pacientes dizendo que se sentiam mais vivos diante das telas brilhantes às 2h da manhã. Minha mãe, enfermeira jamaicana, dizia: ‘Não joga para vencer. Joga para lembrar quem você é.’ Agora trabalho em bem-estar digital. As máquinas de ‘Aries Glory’? Não são jogos — são dor disfarçada de espetáculo. Símbolos de fogo. Paisagens estelares. Selvagens que imitam esperança. Jackpots que sussurram promessas. Somos convidados a perseguir taxas RTP como números sagrados — 96%, 98% — como se a certeza vivesse em algoritmos. Mas vi: a mulher que jogou por três horas sem parar porque acreditava que sua filha merecia alegria. Ela não venceu uma vez. Ela só precisava do silêncio entre giros — o brilho lavanda-cinza-azul dos céus da meia-noite sobre Shoreditch. RNG não mente. Mas nós sim. Contamos histórias sobre ‘tendências’ quando não há nenhuma. Misturamos movimento para significado. Convido-o — não a apostar mais — mas a pausar. Feche os olhos. Pergunte: o que seu jogo significa para você? Nem todo giro precisa de prêmio. As vitórias mais silenciosas são as que nunca quisemos levar.